segunda-feira, 22 de junho de 2015

Vacinas



Ontem estava navegando no facebook e o post de um conhecido meu, para sua esposa chamou muito minha atenção e acabei clicando no link para ler a matéria. O título da matéria era: As diferenças entre as vacinas da rede pública e privada.

Claro que fui correndo ver o que dizia, pois esse é um assunto importante, já que envolve, principalmente, bebês e fala da rede pública. Como não tenho filhos, atentei-me a tudo, mas com um olhar de curiosidade e não de mãe e para saber o que diriam sobre a vacinação na rede pública.

Lembrando que o PNI (Programa Nacional de Imunização) do Brasil é um dos mais completos do mundo! O mérito foi conquistado pelo conjunto de cinco características: quantidade, universalidade, gratuidade, variedade e a grande mobilização social em torno das campanhas.

Jamais tomei uma vacina que não fosse da rede pública. Minha mãe nunca teve dinheiro pra isso, ao contrário do casal em questão. Ela, empresária, riquíssima, de família muito bem estruturada e com condições bem diferentes da realidade de muitos. Seu bebê irá nascer em berço de ouro, na melhor maternidade de São Paulo, utilizando um convênio top e, claro, garantindo não só o necessário, mas também, as excessivas frescuras dessas maternidades que mais parecem hotel 5 estrelas!! (sem críticas, afinal, quem pode, pode!).
Mas vamos à matéria:

Apesar de ambas terem ótima qualidade e garantirem a proteção do seu bebê, algumas vacinas oferecidas na rede pública são diferentes daquelas existentes na rede privada. Saiba quais são essas diferenças e entenda como isso afeta a saúde do seu filho. Vejam, eles dizem que ambas são ótimas e garantem a proteção, mas induzem os leitores a sentirem que só haverá proteção real se for feita na rede particular.


Tríplice bacteriana DTPa e tríplice bacteriana DTPW

“As vacinas tríplices bacterianas protegem o bebê contra difteria, coqueluche e tétano. Na rede pública está disponível a DTPw que é feita a partir de células inteiras da bactéria. Já na rede privada existe a versão DTPa que é acelular, ou seja, não é feita com as células inteiras, mas sim com proteínas. “Ela é uma vacina mais purificada, só contém o que realmente é necessário para proteger o ser humano e por isso as chances de ocorrerem eventos adversos são menos frequentes e intensas”, explica a pediatra Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). É importante ressaltar que na vacina DTPw, fornecida na rede pública, as chances de ocorrerem eventos adversos já são muito baixas.

Caso seu bebê tenha tomado uma dose da DTPw, que é oferecida na rede pública, e tenha apresentado febre alta por um tempo prolongado e outras reações adversas é recomendado passar a oferecer a DTPa. “Quem começou com uma pode completar o esquema com a mesma ou com a outra (são cinco doses em 2, 4, 6, 15 meses e 4 a 6 anos). Mas a proteção oferecida pelas duas vacinas é adequada contra a difteria, tétano e coqueluche, desde que seguindo os esquemas vacinais propostos”, explica o pediatra Yechiel Moisés Chencinski, membro do departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo”  Outra vez, a reportagem induz o leitor ao medo, fazendo o terrorismo de dizer que o bebê pode ter reações em uma, mas não deixa claro que não pode haver reação na outra.
E há uma informação importante que deixaram de dizer: se seu bebê tiver reação forte a essa primeira dose no SUS, é importante retornar com ele na própria UBS onde foi vacinado, para uma análise clínica e, se for o caso, orientado a tomar a DTPa nas próximas doses, que será encaminhado a um posto central onde as demais doses da vacina são feitas sem o componente reativo.


Vacina Haemophilus influenzae tipo b e seus reforços

“Haemophiluis influenzae tipo B é uma bactéria que pode causar uma série de doenças infecciosas com complicações graves, como: pneumonia, dor de ouvido, inflamação na epiglote, meningite, inflamação nas articulações, entre outros.
A vacina contra esta bactéria está disponível tanto na rede pública quanto na privada, com a diferença de que na rede privada há uma dose a mais. “O esquema padrão inicial dessa vacina é de 4 doses, que seriam 3 mais o reforço. Contudo, quando o Ministério da Saúde adotou essa vacina, a imunização em massa permitiu reduzir a circulação da bactéria e quando ela é praticamente eliminada, três doses são o suficiente. Dar a quarta dose é mais um cuidado extremo do que uma necessidade”, diz Isabella Ballalai.” Bem, aqui nem carece de informação, né? A quarta dose é excesso de zelo somente, uma vez que fica claro que a imunização em massa teve um resultado significativo, a ponto de ser totalmente descartada do protocolo essa dose extra.


Vacina rotavirus monovalente e vacina rotavirus pentavalente

“A vacina de rotavírus é uma vacina de vírus vivo, oral. Ela pode ser monovalente, que protege apenas contra um sorotipo de rotavírus, mas oferece proteção cruzada contra outro sorotipo e é dada em duas doses. A vacina rotavirus monovalente é oferecida na rede pública.
A outra opção é a vacina pentavalente, que está presente na rede privada. Ela oferece imunidade contra 5 sorotipos diferente de rotavírus e é feita na clínica em três doses. Bebês que iniciam a vacinação com uma determinada vacina devem idealmente terminar o esquema vacinal com o mesmo produto. “Mas, na falta do mesmo produto, a vacinação não deve ser interrompida e a vacina que estiver disponível deverá ser administrada. Caso uma das doses tenha sido da vacina pentavalente, o total de três doses deverá ser realizado. E é importante ter atenção aos intervalos e datas limite para a aplicação dessas vacinas”, diz Yechiel Moisés Chencinski. Assim, a vacina pentavalente oferece uma proteção mais ampla.” Cabe aqui uma análise: se uma mãe começa a vacinação com a pentavalente, cujo valor é de R$ 400,00 em média, CADA DOSE e por algum motivo ela não possa pagar as próximas, como fica? E, como em duas clínicas que eu vi na minha pesquisa, que estão com dificuldade de trazer essa vacina para o Brasil e só normalizarão em 2016, como fica esse caso? Não seria mais fácil utilizar o SUS, que distribui a vacina recomendada e de graça? Ok, quem tem dinheiro e prefere pagar, que seja!


Vacina pneumocócica conjugada 10 e vacina pneumocócica conjugada 13

“As vacinas pneumocócicas conjugadas protegem as crianças das doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae, como pneumonia, meningite e otite média aguda. A vacina pneumocócica conjugada (VPC 10), que está presente na rede pública, protege contra 10 subtipos de pneumococos. Já a vacina pneumocócica conjugada (VPC 13) irá proteger contra 13 subtipos de pneumococos. “Os principais pneumococos estão presentes na VPC10, mas a VPC13 irá proteger contra mais três subtipos, fazendo com que ela seja uma opção interessante”, constata Isabella Ballalai.
A VPC 13 conta com 3 doses dadas aos 2, 4 e 6 meses e um reforço de 12 a 15 meses. “Se começar o esquema no posto de saúde, pode-se aplicar inicialmente a VPC10 (2 doses) e completar a 3ª dose e o reforço com a VPC13. Crianças com esquema completo de VPC10 podem se beneficiar com uma dose adicional de VPC13 com o objetivo de ampliar a proteção em crianças de até 5 anos, respeitando o intervalo mínimo de dois meses da última dose”, explica Yechiel Moisés Chencinski.” Atenção para isso: “Os principais pneumococos estão presentes na VPC10, mas a VPC13 irá proteger contra mais três subtipos, fazendo com que ela seja uma OPÇÃO interessante”. Bem, apenas mais do mesmo.


Vacina influenza

“Na rede pública a vacina influenza, que protege contra a gripe, só é oferecida até os 5 anos de idade. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda que todos sejam vacinados anualmente contra a influenza, independente da idade.  “No Brasil não conseguimos doses para toda a população, por isso é preciso ter prioridades, como as crianças até 5 anos de idade”, explica Isabella Ballalai. Contudo, na rede privada é possível tomar esta vacina, sem pertencer aos grupos de risco.” Aqui cabe uma importante ressalva, que não foi dita, mas é necessário que se explique, pra não deixar dúvida alguma. Até 5 anos de idade, a criança necessita de toda a imunização possível, devido a fragilidade e facilidade de adquirir vírus, por isso é destinada ao público de até essa idade. Também é destinada a idosos, por sua também fragilidade física, além de gestantes, pessoas com alguma comorbidade (designação de duplo diagnóstico; corresponde a associação de duas patologias num mesmo paciente – dicionário informal), pois possuem um risco maior de desenvolver complicações devido à influenza; Viajantes - Em situação de viagem deve-se considerar previamente a situação epidemiológica da localidade de destino. Recomenda-se aos viajantes para as áreas com evidência de circulação de Influenza A (H5N1) e influenza A (H7N9), evitar contato com animais vivos nos mercados e granjas. Os portadores sintomáticos deverão buscar assistência para tratamento e notificação imediata no caso de apresentar febre, tosse, dor de garganta ou dispneia, com história de exposição nos últimos 15 dias a áreas afetadas; Trabalhadores da saúde, povos indígenas, população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional, pessoas portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e pessoas portadoras de outras condições clínicas especiais (doença respiratória crônica, doença cardíaca crônica, doença renal crônica, doença hepática crônica, doença neurológica crônica, diabetes, imunossupressão, obesos, transplantados e portadores de trissomias) (Vide Portal da Saúde).
E a vacina não é negada a quem procura imunização. Eu mesma já tomei algumas vezes. Sempre acompanho minha mãe ao local de vacinação e a enfermeira me avisou que eu devo tomar porque tenho rinite crônica e com isso, maior facilidade de adquirir vírus e como a rinite me provoca sinusite, há outra forte razão para tomar essa vacina. Isso foi orientação da médica que acompanhava a campanha de vacinação daquele posto e que é confirmada no portal da saúde. Claro que os casos prioritários devem ser atendidos sempre de imediato, mas com essa parcela da população imunizada, fica mais fácil controlar os demais casos, além de tratar mais facilmente.


Meningocócica conjugada C e Meningocócica conjugada ACWY

“A vacina meningocócica conjugada C está presente na rede pública, enquanto a versão ACWY só pode ser encontrada na rede privada. Ambas previnem meningites. “Com a diferença que meningocócica conjugada C protege apenas contra o tipo C e a versão ACWY protege contra esses quatro tipos. O C é o responsável por 70% das meningocócicas do país, contudo o tipo W vem aumentando bastante sua participação, e já é a causa de 20% dos casos de meningocócicas no sul do Brasil”, alerta Isabella Ballalai. Por isso, a meningocócica conjugada ACWY é uma boa alternativa.” A vacina meningocócica conjugada C, oferecida na rede pública é altamente qualificada para atender as nossas necessidades, pois ela previne contra a doença na maior parte da população brasileira. Vale lembrar que a vacina oferecida no SUS é indicada para crianças até 2 anos de idade e a ACWY é indicada para crianças à partir dos 11 anos de idade.
“Para o infectologista Marcos Lago, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, se a criança maior de 2 anos ainda não tomou a vacina meningocócica C conjugada no SUS, vale a pena dar uma dose única da vacina contra o meningococo C em uma clínica particular. “Quando completar 11 anos, faz-se um reforço com a nova vacina para se prevenir contra os três outros tipos da doença”, explica.” Ou seja, cabe avaliar o caso, mas a criança estará imunizada se tiver tomado no período certo.
Sobre a menção dos 20% de causa no Sul do Brasil, não encontrei qualquer informação a respeito. Continuarei buscando e se encontrar, postarei por aqui, contudo, não desacredito da médica, que é vice presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações e, obviamente, está muito mais por dentro das doenças virais que eu.


Vacina contra o HPV

A rede pública já oferece a vacina contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. “O problema é que o benefício não se estende aos meninos e a Sociedade Brasileira de Imunizações recomenda que eles também tomem esta vacina, seguindo o mesmo esquema de doses e idade”, explica Isabella Ballalai. Na rede privada os meninos podem tomar a vacina contra o HPV. Bem, infelizmente isso é fato! É extremamente importante que os meninos também sejam imunizados, mas a rede pública não oferece vacinação pra eles, somente para as meninas.

Vacina contra a hepatite A

“A rede pública vacina as crianças contra a hepatite A com um ano de idade. “Contudo a rede privada segue a recomendação da SBIm e seis meses após esta primeira dose, aplica uma segunda”, observa Isabella Ballalai. Uma única dose desta vacina garante proteção até os 10 anos, mas não há certeza quanto a vida adulta. A segunda dose irá garantir a imunidade contra a hepatite A também na vida adulta.”
Na pesquisa que fiz, encontrei o seguinte: “O calendário básico de imunização da criança está sendo ampliado com a introdução da vacina contra a hepatite A, que passa a ser ofertada nos postos de saúde do país. A meta do Ministério da Saúde é imunizar 95% do público-alvo, cerca de três milhões de crianças - na faixa etária de um até dois anos incompletos - no período de 12 meses. Com isso, o Brasil passa a oferecer, gratuitamente, 14 vacinas de rotina, garantindo todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A introdução da nova vacina é uma das ações do Ministério da Saúde que marcam o Dia Mundial de Luta contra Hepatites Virais, celebrado em 28 de julho.” E encontrei também: “De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, a vacina contra hepatite A passa a ser uma importante ferramenta de prevenção da doença. “A vacina tomada na infância gera proteção para a vida inteira, e evita casos graves e óbitos causados pela doença”, explicou o secretário.” Acho que fica bem claro isso, né pessoal? E ainda tem o aval da OMS!


Vacina varicela

A vacina varicela irá proteger as crianças contra a catapora. Contudo, a rede pública oferece apenas uma dose dela. “Isto não é o suficiente para prevenir a doença, apenas para evitar que a pessoa contraia versões mais graves dela.  Na rede privada são oferecidas duas doses, sendo que a segunda irá de fato proteger contra a doença”, explica Isabella Ballalai.” É fato que a rede pública oferece uma única dose da vacina varicela, para crianças de 15 meses de idade, no entanto, vale salientar que ela é ofertada como uma tetra viral, que protege também contra sarampo, caxumba e rubéola. Segundo estudos do Ministério da Saúde, desde que essa vacina entrou no PNI (Programa Nacional de Imunização), os casos da doença estão diminuindo consideravelmente, mas ainda estão alertas, pois é muito cedo para comemorarem.
Sobre o que diz a médica, não dá pra ter certeza alguma se a vacina oferecida na rede pública somente previne e não imuniza, uma vez que foi introduzida ao sistema público de saúde há menos de 3 anos.

Abaixo, lista das vacinas oferecidas na rede particular e seus valores (coletados em sites de clínicas particulares). Lembrando que alguns convênios cobrem o valor parcial ou integral de algumas vacinas.

Tríplice bacteriana DTPa – R$ 200,00 cada dose
Haemophilus influenzae tipo b e seus reforços – não encontrei o valor desta
Rotavirus pentavalente – R$ 400,00 cada dose
Vacina Pneumocócica Conjugada 13 (VPC13) – 290,00 cada dose
Influenza – R$ 90,00 cada dose
Meningocócica conjugada ACWY – R$ 295,00 cada dose
Vacina contra o HPV – R$ 270,00 cada dose
Vacina contra a hepatite A – R$ 130,00 cada dose
Varicela – R$ 196,00


Para encerrar, quero deixar claro que o objetivo desse post foi o de esclarecer, pois há um pré-conceito em cima do SUS e temos a mania de achar que, por ser de graça, não presta e, já que é oferecido pelo governo, presta menos ainda, o que não é verdade pois, como já postei lá em cima, somos o país que tem a melhor imunização do mundo e seguimos rigorosamente as orientações da OMS.
Também não o fiz com o objetivo de demonizar a rede particular, afinal, quem pode e prefere pagar, tem todo o direito.
O real objetivo dessa postagem foi mostrar, principalmente para a população de baixa renda que seus filhos não perdem em nada para os filhos das classes mais abastadas e a classe média pode, se quiser, vacinar seus filhos no SUS tranquilamente, pois eles estarão imunizados e livres dessas doenças.

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Primeiro Exame

Enfim, o dia do exame!! 

Na marcação disseram-me que exames laboratoriais são na própria unidade da UBS e só podem ser agendados para o horário de 7h00. Todos são agendados no mesmo horário e atendidos por ordem de chegada.

Acordei 5h40 da manhã. 12 horas de jejum para realizar os exames de sangue e lá vamos nós, com os famigerados potinhos, para a UBS Humaitá!

Cheguei à UBS às 6h30. Muito frio e chuva forte. Na entrada, bastante gente aguardando em fila, mas a enfermeira/recepcionista conseguiu acomodar a todos dentro da sala, protegidos do frio e da chuva.
Apesar dessa gentileza, tinha cara de poucos amigos, mas tratou a todos educadamente, muito embora não recebendo de volta o mesmo tipo de tratamento. 
Aquilo me incomodou um pouco, pois costumo ser gentil, solícita e muito simpática com todas as pessoas.

Ela passou na fila, olhando as guias dos exames de cada um e distribuindo uma senha, com o cuidado de ver quem era prioritário e quem não era. Havia 2 cores de cartões em suas mãos, uma amarela e uma branca, onde a amarela era entregue aos prioritários e a branca, aos não prioritários.

Às 7h00 em ponto começaram a chamar as pessoas para o atendimento. E a ordem era essa: Nr. 1 amarelo e depois, Nr. 1 branco e assim sucessivamente.

Quando a pessoa era chamada, dirigia-se até a mesa da enfermeira e lhe entregava a guia com o pedido do exame, carteirinha do SUS e da UBS. Ela então devolvia os documentos e o papel com a data de retirada dos resultados. Pegava as etiquetas e identificava as ampolas do sangue e os potinhos dos demais exames. Orientava o paciente a colocar os potinhos nas caixas destinadas a cada exame ao lado e indicava as cadeiras do outro lado da sala para sentar e aguardar a chamada.

Ao ser chamada, dirigi-me até sua mesa e, com meu habitual sorriso no rosto dei bom dia a ela e recebi de volta o mesmo sorriso e a mesma gentileza. Fui orientada quanto aos procedimentos e em seguida, apontou as cadeiras onde eu deveria aguardar a minha vez. 

Enquanto aguardava para realizar a coleta do sangue fiquei observando a moça e notei que ela tinha muito boa vontade e até paciência para atender, mas muitos que ali chegavam, falavam de forma ríspida, faziam perguntas, mas questionavam quando ela respondia sobre os procedimentos e poucos a desejavam bom dia. Os que tinham simpatia, assim como tive, ela tratava de forma igual a que recebia. Logo me lembrei da frase "Gentileza gera gentileza" e fiquei lá no meu canto, observando e pensando no quanto essa moça deve aturar de gente mal educada, como tantas que eu havia notado num curto espaço de tempo.

7h40 da manhã, minha vez de ser atendida. A enfermeira da coleta pediu pra eu levantar as mangas da blusa para verificar qual dos braços tinha uma veia melhor para puncionar. Após decidir, ela garroteou meu braço e pediu para abrir e fechar a mão por alguns segundos, enquanto ela dava leves batidas na veia pra subir mais rápido.
A veia subiu, ela puncionou e eu, claro, puxei assunto, como sempre!
Disse que admirava quem fazia esse trabalho, pois não deve ser fácil e eu acho que jamais teria coragem de fazer isso, aliás, nem profissional da área eu sou. Ela logo quis saber qual era minha área e disse que está fazendo faculdade de marketing, que na verdade não gosta muito da sua área de atuação. Disse que desde criança achava que deveria trabalhar na saúde, mas depois de 15 anos atuando, não se sente suficientemente feliz e por isso resolveu arriscar.

Ainda sugeri que ela não saísse da área de saúde e que usasse sua futura profissão pra ficar no mesmo meio que, certamente, ela conseguiria alcançar um nível de satisfação que busca dentro de si.

Ela, em dúvida, perguntou se isso seria possível e eu disse que sim. Bastava ela, já na reta final do curso, focasse naquilo que ela tem de experiência e poderia unir o útil ao agradável (formação x experiência). Ela parece ter gostado da ideia, pois disse que procuraria mais informações a respeito.
Saí da sala com a sensação de ter feito uma boa ação! rsrs

Antes de sair da área de exames, passei pela mesa da enfermeira que recepcionava os pacientes para exames e desejei a ela um ótimo dia e um excelente fim de semana e ela, muito sorridente agradeceu-me e desejou de volta as mesmas coisas. Em seguida me deu tchau e disse "vai com Deus". Achei bonitinho da parte dela. Uma pequena gentileza que faz a diferença no dia de cada um!

Voltei pra casa feliz. Algum motivo especial? Não, apenas a sensação de ter arrancado sorriso de duas enfermeiras que aparentavam certo cansaço, desânimo e uma cara fechada por lidarem com pessoas de educação e cultura tão diferentes, mas mesmo assim, estão ali, cumprindo seu papel de agentes da saúde.

Ponto negativo: Havia uma quantidade imensa de gente fazendo exame de sangue naquele dia. Uma quantidade considerável de idosos, inclusive. Todos nós em jejum há mais de 12 horas e não havia sequer um café sendo oferecido. Não digo um café da manhã, cheio de guloseimas como oferecem nos laboratórios particulares, mas um simples café com açúcar (ou adoçante) pra garantir que ninguém tivesse uma hipoglicemia após a coleta do sangue.
Eu moro perto e voltei pra casa, tomei meu café da manhã numa boa, mas, e quem não tem a mesma sorte que eu? Tudo bem que as UBS's atendem somente a população regional e ninguém ali deveria estar muito longe de suas casas, mas uma queda glicêmica pode acontecer a qualquer momento e ninguém está livre disso!

Qual a nota atribuída? 8,0! Pela preocupação em não deixar ninguém na chuva, pela paciência em atender as pessoas, mesmo as mais exaltadas e, principalmente, pelo cumprimento rigoroso do horário! Ah, pela higiene e cuidados com todo o material também!

Agora é aguardar o tempo de retornar à consulta com o médico para ver os resultados dos exames.

Nos vemos em breve!!